terça-feira, 5 de outubro de 2010

Solidão






Hoje, mais uma vez sinto-me sozinha.
Sozinha, numa solidão que me mata por dentro.
Sinto-me como se tudo à minha volta estivesse a desaparecer, sinto-me vazia, sem esperança e sem qualquer vontade de viver.
Sinto-me morta, como senão tivesse alma, estou cansada de lutar e sair sempre a sofrer. Sinto-me sozinha, tão sozinha.
Às vezes observo o mundo à minha volta, e as pessoas estão sempre com um sorriso nos lábios, felizes, talvez.
Então porque é que eu não posso sê-lo?
Estou cansada de sorrir para os outros não notarem a minha dor, quando só me apetece chorar, gritar.
Vivo num mundo de ilusão, é como se nada existisse.
Às vezes só gostava que alguém se sentasse ao pé de mim, me olhasse nos olhos e perguntasse: "Estás bem?".
Que me desse um abraço, que dissesse "Eu estou aqui, podes falar comigo."
São estas as palavras que eu preciso de ouvir, eu preciso de um abraço, eu preciso de ter alguém ao meu lado, eu preciso de ti ao meu lado.
Mas a cada dia que passa, as minhas esperanças vão diminuindo, e, talvez, nunca mais voltes.
Sim, estou farta de viver num sonho, porque tu és apenas um sonho, tu não és real, és apenas um sonho do qual eu não quero acordar.
Às vezes gostava de fechar os olhos, e, simplesmente desaparecer.
Por vezes a saudade é tanta, e eu quero que passe, quero-me afogar lentamente em ti. Quero acordar, quero sentir, mas estou partida, não consigo voar.
Será que nunca mais vais voltar? Será que vamos ficar para sempre assim, distantes?
És como uma parede.
Fria, cristalina, enganadora mas real.
Já não sei o que fazer, mas não me peças para seguir em frente, porque isso é algo impossível de realizar.
Às vezes gostava de saber se adormeces com saudades no peito, gostava de saber se ainda pensas em mim e nos momentos que passamos.
Porque eu ainda penso em ti, ainda penso na falta que me fazes.
Tenho frio, fome, e uma dor que me consome.
Como é que eu pude pensar que ficarias para sempre à minha espera?
Agora, a minha sombra partiu, e o meu anjo da guarda voou, e só ficarei…

(Autor desconhecido)